quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

céus de janeiro

Os dias de Janeiro são sempre muito característicos. Talvez porque quem vive habitualmente nesse calor infernal tenha uma leve trégua, não sei. Mas o fato é que sempre se torna muito aprazível. Seja pelo clima mais ameno, seja pelas lembranças que Janeiro traz.
Lembro muito da minha época de colégio. Sempre as incertezas e inseguranças, unidas a euforia do início das aulas. Quem seriam nossos professores? O ano será mais árduo desta vez? Nossos colegas de classe? Some-se a isso o final das férias. Para uma criança não tem coisa melhor.
Acredito que para muita gente também Janeiro seja assim. Associando as chuvas com esse clima de euforia e incerteza. Um clima de expectativa, cumpridas ou não, que sempre haverão todo início de ano. Mês de boas lembranças. Sempre com a esperança de que o ano novo traga novos planos, novas prosperidades.
E que usemos as boas lembranças para nos fortificar e lutar para que nossas vidas e o mundo se torne um lugar melhor e mais agradável de se viver. E que busquemos a tão sonhada felicidade.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O Grande Irmão

E vai começar o novo Big Brother, no caso, a nona edição do programa. E eu estou animadíssimo pra ver. É como um circo dos horrores com pessoas de verdade. Pessoas reunidas realizando as maiores estapafúrdias imagináveis em busca de um prêmio de um milhão de reais e fama. E não, não vou compactuar com a massa cultura inútil brasileira e maldizer o programa, enquanto que mal sabem por que lado anda a arte, cinema, música e cultura de um modo geral, apesar de existirem exceções.

Nada mais bem bolado. Atores reais, vivendo suas vidas reais por míseros um milhão, dinheiro que se resume talvez a um cachê de uma novela das oito, por exemplo. Mais bem bolado ainda é a satisfação com que cada um entra na casa. Eu mesmo pensei em me inscrever pra uma edição do programa, mas desisti quando percebi os atributos físicos dos concorrentes, descobrindo que eu ainda precisaria comer muito chibé de farinha pra chegar lá (leia-se academia).

O programa diverte? Com toda certeza, meu elementar. Tiro por mim, que não suporto nenhum tipo de programa de televisão, seja ela aberta ou fechada, cultural ou não, inútil ou educativa. Impressionantemente, me cativo demais com o Big Brother. Não sei explicar. Talvez ansioso por ver no que dá óbvios estereótipos brasilianos de diferentes regiões convivendo entre si. Surgem heróis, vilões, mocinhas, bandidos, claro, tudo com uma pitada da Globo, utilizando-se da fantástica ferramenta de edição e charges toscas do http://www.charges.com.br.

Este ano, pra coisa ficar melhor ainda, vai ter uma paraense concorrendo pelo prêmio. Agora que todo mundo, gostando ou não, vai saber do programa. Mesmo aqueles que dizem não gostar, mas que estranhamente falam mal de um ou outro participante. Aí vai ter campanha, chororôs, lan houses contratadas pra votar, manchetes de jornal e toda a pavulagem que tiver mais.

E eu, vou ficar de leve, curtindo meu Big Brother depois de Caminho das Índias, que vai estrear, enquanto que a grande massa se come viva, numa infindável e porque não inútil luta pela sobrevivência cultural no severo mundo globalizado de imposições dadas à escolha.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

ainda sem nome

Aquela música, aquele som. Aquela vibração do ar, intimamente ligada a memória. Aquela lembrança. Trazidas a tona pela memória auditiva. O sentimento. A vontade de querer estar. O impulso primitivo do desesperar. O desejo de chorar. Lembrando, lembrando. Parte do cérebro acionada. Sentimento sem nome, daqueles que só quem sente pode saber. O ímpeto de não poder voltar. As lembranças associadas a cheiros, sons, gestos e imagens. A consciência de que passou. O retorno à razão. O acordar do sonho. O desbaratar da imaginação.