quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sobrevivência

Olhou copiosamente o animal. Julgou a misericordia que emanava da sua distraída leveza. Suava muito, cada gota escorria de sua testa, e caía lentamente, como que denunciando sua incerteza e nervosismo. Apesar disso, jorrava coragem, como todos os dias em que realizava sua missão. Então, o momento tornou-se claro: era agora. Armou a espingarda, travou a munição e começou a mirar, lentamente. O leão corria, à muitos metros de distância, expondo a dificuldade que era este tipo de caça. Ele então mirou, e por um momento pensou que não conseguiria. Mas ele sabia, que, como todas as vezes que pensou que não iria conseguir, acabava mesmo conseguindo, por mais difícil que fosse. E atirou, com o barulho da bala ecoando na savana, num milésimo de segundo, atravessando a cabeça do animal antes mesmo do som ensurdecedor alcançar seus tímpanos e avisá-lo do perigo.
O brasileiro então, suspirou aliviado, limpou o suor da testa, e voltou para casa, quando dormiu tranquilo, já pensando no leão que teria de matar no dia seguinte, para garantir sua sobrevivência.

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